Mimeógrafo

Interpretação. Compulsão. Exaustão.

Repetindo a cadeia de interpretações enquadramento-fotografia-edição-impressão de forma repetitiva e compulsiva, fica claro que em algum momento tudo acaba. Deteriorando-se a cada elo da cadeia, qual um prazer que se repete em busca do prazer que deu origem ao prazer, a fotografia carrega em seu corpo nossa finitude.

Com Mimeógrafo, é meu desejo mostrar como repetições obsessivas tentam de forma inútil evitar o derradeiro destino que nos cabe. É como se eu tivesse a ilusão de ser um ouroboros, sem lembrar de um começo, portanto não há porque haver fim (mesmo que o dos outros esteja aí, tentando lembrar de que um final é inevitável).

Evidentemente, não deixa de ser uma ilusão infantil esta de ser eterno. No entanto, duvido que haja realmente quem seja capaz de entender a sua própria exaustão. Especialmente um de nós, fotógrafos, munidos de nossas fotografias eternas.

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